quinta-feira, 10 de abril de 2008

Nós...


Na cama, quando a proximidade roçava os limites do possível, não estávamos só rodeados de prazer e de êxtase; os dois corpos juntos, com a mesma cor, o mesmo cheiro, a mesma pele colavam-se como duas folhas de papel molhadas e uniam-se deliciosamente, enquanto agarrávamos as mãos, a cabeça, as costas e as pernas um do outro.
Amor e sexo não são a mesma coisa e raramente se juntam na mesma cama, mas quando isso acontece, há uma alquimia secreta e indecifrável que a pele guarda religiosamente na sua memória e que as células não esquecem.
A imaginação é o mais forte dos sentidos.
Quando me deito, é nela que encontro toda a paz que me embala como se fosse uma criança e me faz dormir com a tua imagem, o teu cheiro e a tua pele sobre a minha.
Fecho os olhos e de repente estás ao meu lado, perfeito, poderoso, belo, terno.
Sinto o teu sangue a correr pelas minhas veias enquanto o meu corpo se enche do teu.
Sinto o peso das tuas pernas sobre as minhas ancas, enquanto seguro o teu peito com os meus braços e agarro a tua nuca e a tua cara como se fosses uma estátua grega.

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